quinta-feira, 1 de julho de 2010

Homilia, quarta, 30 de junho, XII semana Tempo Comum

No evangelho de hoje chama-nos atenção que enquanto Jesus liberta dois homens escravizados e oprimidos pelo demônio, a população daquela região perde uma grande quantidade de porcos – marcos chega a falar em números: 2000.

Jesus, por certo, poderia ter libertado estes dois sem que se perdessem estes animais. Mas sua sabedoria infinita dispôs que acontecesse deste modo.

É como se a perda destes porcos fosse o preço da libertação destes possessos.

Sem dúvida que o preço da libertação deles é o preciosíssimo sangue do senhor. Mas em seu desígnio eterno deus requer a participação humana na obra da sua salvação.

São Paulo chega a afirmar que sofre como em dores de parto na formação de novos discípulos de cristo (cf. Gal. 4, 19). Cristo pede a doação de sua vida e seu sofrimento para que o espírito santo converta e santifique os corações dos homens de sua época: “completo na minha carne o que falta das tribulações de cristo pelo seu corpo que é a igreja” (col. 1, 24).

Jesus chegou com todo seu amor, com todo seu carinho àquela região dos gadarenos, fez algo impressionante: libertou aqueles dois, mas o povo de lá o mandou embora porque olhou mais para a perda material e menos para o deus eterno que estava no meio deles, carregado de graças e bênçãos.

A recepção da salvação de deus vai necessariamente significar abrir mão de algumas coisas. Que grandes bens eternos perderam os gadarenos!

E nós aqui em Piratini? Pensar na salvação dos nossos irmãos significa em primeiro lugar que nós devemos seguir mais de perto cristo. E por isso mesmo, temos de abrir mão de algumas coisas, para que a graça de deus atinja nossos irmãos e amigos que estão afastados do caminho.

Sempre custa alguma coisa. Mas se formos generosos a salvação de deus vai avançando. Gastar nosso tempo nos trabalhos apostólicos, na catequese, na preparação da liturgia, no serviço dos mais pobres, dos doentes, empregar nossos meios materiais para a glória de deus – evangelização, pobres, culto divino – e não para nossos caprichos desnecessários...

Cem anos de diocese, duzentos de paróquia. Tempo de renovação. Que bom se respondêssemos com generosidade às graças deus e nos tornássemos cristãos com coração de pobres, desprendidos, cuja única riqueza e desejo – mesmo que tenhamos muitos bens materiais – fosse deus. Ele está presente na eucaristia. Nossa senhora da conceição, nossa mãe, tu que não recusaste nada a deus, mesmo a tua vida e a do teu filho, ajuda-nos na nossa conversão. Amém.

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