Neste Evangelho vimos que São Pedro professa corretamente a fé: “Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo”.
Jesus lhe responde dizendo que quem lhe revelou isto foi o Pai e não um ser humano. Pedro recebe uma graça especial para isto. Não é sua inteligência, sua capacidade que fizeram com que professasse corretamente a fé, mas uma graça extraordinária que Deus lhe concedeu. Este fato indica que aquilo que o Senhor concede à Igreja como um todo, ou seja, professar corretamente a verdadeira fé concede individualmente também á pessoa de Pedro.
Jesus promete que o poder do inferno nunca poderá vencer a Sua Igreja. Isto equivale a dizer, entre outras coisas, que ela nunca errará no ensino solene da fé, como Pedro, no Evangelho de hoje, que não errou a profissão da fé devido ao poder de Deus que atuou nele. Pedro – e sua fé – é a pedra sobre a qual Cristo constrói Sua Igreja. Ou melhor, Cristo é o fundamento único da construção da Igreja, mas Ele concede ao frágil Pedro esta sua virtude divina, a fim de garantir à Sua Igreja a ortodoxia da fé.
Jesus sabia que isto se faria necessário, pois quando Seus discípulos entrassem em desacordo em matéria de fé ou moral cristã, saberiam que Pedro era não só o sinal da unidade, mas também a segurança da unidade. Ele não poderia errar no ensino solene da fé ou moral, como também a Igreja não poderia. Se Deus não desse esse dom à Igreja e a Pedro, como poderíamos ter segurança de que professamos, ensinamos e vivemos a verdadeira fé, aquela que Cristo ensinou aos Apóstolos? Como ter certeza de que o tempo e o pecado humano não deturparam e não deturparão a Santa Fé?
Sabemos que Pedro morreu em Roma, como Bispo daquela cidade. Pedro morreu, mas seu ministério deve continuar na Igreja até o fim dos tempos. Caso contrário a garantia da fé correta, sem erro não poderia continuar. Por isso todos os bispos de Roma são os Sucessores de Pedro na Igreja. Assim, desde o início da Cristandade, os cristãos de todo o mundo sempre olharam para Roma como lugar onde estava Pedro em seu ministério de garantir a verdadeira fé, e, portanto, a unidade de todos os discípulos do Senhor.
O Bispo de Roma é chamado carinhosamente pelos cristãos de Papa. É por isso que o dia de São Pedro e São Paulo é chamado também de dia do Papa; e as ofertas de hoje serão enviadas a ele, como Óbolo de São Pedro, para que o Papa ajude nas maiores necessidades da humanidade.
Hoje também o que nos garante que estamos recebendo, professando, ensinando e vivendo a verdadeira fé cristã, que estamos interpretando corretamente a Palavra de Deus, é nossa comunhão plena com a Igreja Católica que tem o Sucessor de Pedro como fundamento visível de sua fé e unidade.
Como sabemos, o Sucessor de São Pedro é Bento XVI. Ele é a pedra sobre a qual Jesus constrói Sua Igreja nos tempos atuais. Estar unido a ele é a garantia dada por Jesus Cristo de estar no caminho certo e de estar usufruindo de todos os meios de santificação e salvação que o Senhor deixou à Sua amada Esposa.
Dito isto, gostaria agora que cada um se perguntasse: “Por que sou católico? Por que sigo este caminho e não outro?” Devemos ser profundo ao respondermos esta questão fundamental. Não poderia responder que sou católico só porque fui batizado na Igreja Católica. Ou porque meu pai e minha mãe eram católicos. Por costume ou por simpatia. Nenhuma destas respostas é suficiente.
O motivo profundo, último e decisivo de eu ser católico deve ser este: Creio que somente na Igreja Católica subsiste a única Igreja de Cristo tal como ele a concebeu, com todos os elementos constitutivos de salvação, sem faltar nenhum, com a verdade sem erro da Palavra de Deus e sua reta interpretação, com a fé verdadeira. Ou seja, a verdadeira Igreja de Jesus.
Dizendo isto não estamos de maneira nenhuma desmerecendo as outras denominações cristãs. Mas está é a fé bi-milenar da Igreja Católica e, portanto, a de cada católico. Assim o católico entende a si mesmo e a Igreja. Acreditamos que existem elementos de salvação e de verdade em outras denominações cristãs, mas de maneira parcial. Na Igreja Católica, como já dissemos, está tudo o que Cristo quer para Sua única Igreja.
Não nos sentimos melhores que os outros, nem superiores, mas apenas convencidos de uma realidade que não merecemos, mas nos foi dada, e por isso temos responsabilidade em administrarmos, conservarmos e anunciarmos com zelo. Esta convicção profunda exposta com clareza e honestidade não dificulta o necessário e importantíssimo ecumenismo, nem o torna uma espécie de proselitismo disfarçado. Pelo contrário, somente com a esta liberdade fraterna e caridosa de relatar como cada um se entende e em que realmente crê é que se pode fazer um frutuoso e verdadeiro ecumenismo.
Tampouco é um desrespeito aos irmãos não católicos, porque é um relato sincero e caridoso do que a consciência católica profundamente crê.
Como entender, portanto, que um católico deixe sua Igreja porque houve em outro lugar promessa de cura, de emprego, de terminar com alguma dor. Ou porque foi mais bem acolhido em outra comunidade não católica. Ou porque se desgostou com o padre ou com algum irmão e passou para outra denominação. Ou porque não consegue viver alguma exigência da fé católica. Ou porque seu cônjuge vai à outra religião, e pressiona para que a outra parte o acompanhe. (Ninguém tem o direito de impedir alguém professar a religião que preferir; é uma profunda injustiça impedir alguém seguir sua consciência). E a única coisa que nos deve fazer procurar uma religião ou denominação cristã é a busca da Verdade. Qual é e onde está a Verdade sobre Deus e nossa existência?
Neste sentido não é possível dizer: “Eu sigo Cristo, não uma Igreja”; ou “É Cristo quem salva, não a Igreja”. Pois a fidelidade a Cristo passa necessariamente pela pertença a Igreja que Ele fundou e que subsiste apenas e plenamente na Igreja Católica Apostólica e Romana, que tem o Sucessor de Pedro como cabeça visível. A ele e a esta Igreja Jesus disse: “O que ligares na terra será ligado no céu, o que desligares na terra será desligado no céu”. Vê-se assim que a Igreja não é algo sem importância e indiferente para Jesus Cristo. Pelo contrário, o Senhor chega a identificar a Igreja Consigo: “Quem vos ouve a Mim ouve, quem vos despreza a Mim despreza” (Lc 10, 16).
Um cristão tem de ser coerente com o que professa. Neste sentido um cristão não pode participar de cultos espíritas ou de Loja Maçônica, porque não se trata apenas de não estar em plena comunhão com a Igreja – como no caso das outras denominações cristãs – mas de seguir doutrinas incompatíveis com as coisas mais elementares e importantes que Jesus nos ensinou.
É importantíssimo levar Cristo as pessoas, mas o Cristo genuíno. Portanto é urgente sermos missionários da fé católica. Vivermos com toda profundidade e a alegria nossa fé e transmiti-la. Como São Paulo que foi pregador incansável da Palavra de Deus, anunciada por ele como fé católica, também nós devemos combater o bom combate e anunciar integralmente a mensagem.
Gostaria de pedir com todo meu coração a todos vós que rezeis com amor e ardor, constantemente pelo Papa. Sempre e seja quem for o Papa. Sobretudo neste momento de dor e perseguição que a Igreja sofre. Na primeira leitura vemos que quando os primeiros cristãos rezaram pelo Papa Deus o libertava para que servisse as ovelhas de Cristo. Ajudemos o Papa com nossa oração e fidelidade no seu serviço à Igreja e ao mundo.
Nosso Bispo está nos pedindo por ocasião do Centenário da Diocese mais compromisso, Eucaristia e missão. Que aumentemos nosso compromisso com Cristo e Sua Igreja. Que sejamos mais missionários de Cristo e da Sua Igreja. Só conseguiremos isso com mais Eucaristia.
Entrego à Virgem Maria a Paróquia de Piratini, que é Dela, para que nos conceda uma sólida fidelidade ao Papa, uma união incondicional com Igreja, e uma difusão frutuosa da fé católica nestes nossos pagos, para o bem e a salvação de todos. Somente uma devoção profunda, correta e sólida a Nossa Senhora poderá fazer com que permaneçamos verdadeiramente católicos, cresçamos nesta Fé e a difundamos com eficácia.
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